![](http://photos1.blogger.com/img/72/2946/320/alexandreogrande.jpg)
Aos 13 anos me deparei com um grande rei na História. Um rei que conquistava todos os reinos bárbaros de sua época. Jovem, destemido, corajoso! Para minha cabeça de adolescente, ele era "o máximo"! E eu me perguntava: "Que rei é esse que subjuga a todos?" E eu o admirava: "Nossa, que homem incrível. Quase invencível!" E eu ansiava: "Quando vai chegar o capítulo que falará sobre ele e como a professora irá retratá-lo?" - não gostava de adiantar as coisas, pois perdiam a graça pra mim, perdiam o encanto. Tinha uma professora ótima na 7ª série, que fazia os alunos viajarem no tempo. Era muito legal! E eu ansiava por aquela aula.
Quando me deparei com o rei, em narrativas que elevavam os seus feitos heróicos de vitória contra os bárbaros, minha admiração cresceu. E eu o deixei lá, na memória de um tempo que não volta mais...
Dezoito anos mais tarde, bati novamente de frente com o rei lendário! Uma superprodução de Oliver Stone que entrou em cartaz há poucos dias: Alexandre, O Grande - o rei da Macedônia que dominou um império e elevou ainda mais o ego e a moral dos gregos ao mundo civilizado da época.
Entrei no cinema como quem vai a um primeiro encontro. Ansiosa. Uma coca-cola na mão e um saquinho de amendoim torrado na bolsa. Expectativa. A vida do meu ídolo histórico ia passando na minha frente...
O FILME - Nas primeiras cenas, a infância. Depois, a adolescência e o início de uma juventude de conquistas. A força, coragem e audácia de Alexandre iam confirmando os meus antigos conceitos sobre ele.
No decorrer do filme, porém, as decepções vieram uma a uma. E o reino daquele lendário rei da minha adolescência, desmoronava como castelos de areia ao vento.
Alexandre tinha uma ambição acima do normal. Feitos incríveis, vitórias incontestáveis! Isso ninguém tem dúvidas! Mas tudo pareceu para deleite próprio e não para o bem coletivo de sua nação, como era de se esperar de um rei - a história conta que ele fez muito pela cultura, pela justiça social... mas os pormenores que sobressaiam da visão de Stone estavam abalando estruturas dentro de mim. As lutas pareceram em vão! Para quê tanto sangue, suor, mortes em batalha? Ampliar o Império! Ir aonde ninguém tinha ido! A busca do inatingível!!
IDEAL FALÍVEL - A Grécia e seus heróis trágicos! Como os mitos de sua terra, Alexandre também errou! Errou ao pensar mais como homem e não como rei! Um rei não se preocupa unicamente consigo mesmo, mas principalmente com o povo! Não era ele quem estava diretamente lidando com seus súditos, mas generais de confiança. Onde estava o rei??? Sempre em batalha!
O ideal de um império macedônico unificado era praticamente impossível. Se unir culturalmente povos tão distintos, com costumes e crenças tão díspares é impossível até para os dias atuais, quando vivemos esse processo de globalização, ainda mais para aquela época, onde as distâncias eram maiores e não se tinha em mãos um arsenal de comunicação como o do nosso tempo! Era um ideal falível! Mesmo que tenha dado alguns passos importantes, não se sustentou a unificação do oriente e do ocidente, como queria o grande general.
O sonho de Alexandre tinha mais um agravante: o rei estava perdido nos braços de sua ambição desmedida, tendo como alvo ir contra todos os limites de seus antepassados... e pensar que ele e seu cavalo Bucéfalos eram os salvadores da humanidade! No entanto, sem fixar-se em um ponto estratégico, o rei colocou o seu império em risco. E as revoltas, mesmo que contornadas, mostravam que o povo tinha insatisfações pelo comando do seu governante.
O INCONFORMADO - O espírito guerreiro não sabia onde queria chegar e, assim, Alexandre matou, conquistou cidades inteiras, subjugou e escravizou numerosos e sólidos impérios... e nunca parava! Por que? Porque não sabia o ponto de voltar, de dizer "chega!", de reconhecer que estava na hora de "consolidar" suas conquistas, fortalecendo o império com braço de rei e não de general. Um braço que faria a diferença e lutaria para afastar as desigualdades sociais, agindo com justiça em todos os parâmetros. Assim, estaríamos vendo a confirmação de um reino e a coroação verdadeira de um rei!
Mas o grande Alexandre continuava... Somente as dificuldades na Índia o pararam e ele reconheceu que estava na hora de voltar. "Vamos para casa!" - informou aos homens que restaram de seu numeroso exército, depois de uma sangrenta batalha naquelas terras que, futuramente, iriam passar por uma revolução sem armas, através dos ideais de Gandhi.
Saí do cinema arrasada!!!!! Onde estava o rei que eu admirava????? Buscava-o pela minha mente, fazia uma varredura para encontrá-lo, mas minha pergunta fez eco de si mesma e não trazia nenhuma resposta! O grande rei que eu tinha por destemido na minha adolescência, o modelo de coragem e bravura que deveria ser imitado por outros, estava destronado dentro das minhas lembranças!
A glória ficou pra ele sim! A História se encarregou de enaltecê-lo - ele teve mérito para isso - e vai continuar encantando a muitos, assim como fez comigo... Mas hoje, depois de algumas análises do filme e leituras aqui e ali em biografias do rei macedônico - sei que os fatos foram mexidos por Oliver Stone, porém a essência não - digo que Alexandre foi mais um personagem na história da humanidade em busca de satisfação pessoal, talvez até de si mesmo.... "O que virá depois disso?"Ele se perguntava quando ganhava uma batalha. E marchava a procura do que achava ser a resposta. Mas sempre se encontrava com a pergunta novamente! E a busca continuava...
Tanto para nada, para ninguém de sua linhagem? - até o seu único filho (fruto do casamento com Roxana, filha do chefe de uma tribo asiática) foi morto ainda criança, depois que o lendário pai partiu para o "céu dos heróis gregos". Um mito sem continuidade! Um grande homem que morreu sem deixar frutos, a não ser o de sua glória efêmera de general!
O nome de Alexandre está lá, na História, cercado de uma magia que ultrapassa os séculos. Mas o maior conquistador de todos os tempos saiu do lugar especial da minha "galeria de admiráveis", de pessoas que deixaram um legado para a humanidade e que, por isso mesmo, são admiráveis. Não! não poderia tirá-lo de lá - como disse, ele teve méritos para ser enaltecido pela História. Mas ficou em um lugar, hoje, quase inexpressivo dentro de mim.
Nessa galeria existe uma figura bem maior - que está acima de todas as outras e, a cada dia, vai confirmando a sua posição de CABEÇA. Esse sim, um verdadeiro REI, que não olhou para si, mas para o SEU povo, que não fez nada para si, mas pelos SEUS súbitos... um REI que se preocupou, sim, com a CONTINUIDADE do seu REINO!
Quando me deparei com o rei, em narrativas que elevavam os seus feitos heróicos de vitória contra os bárbaros, minha admiração cresceu. E eu o deixei lá, na memória de um tempo que não volta mais...
Dezoito anos mais tarde, bati novamente de frente com o rei lendário! Uma superprodução de Oliver Stone que entrou em cartaz há poucos dias: Alexandre, O Grande - o rei da Macedônia que dominou um império e elevou ainda mais o ego e a moral dos gregos ao mundo civilizado da época.
Entrei no cinema como quem vai a um primeiro encontro. Ansiosa. Uma coca-cola na mão e um saquinho de amendoim torrado na bolsa. Expectativa. A vida do meu ídolo histórico ia passando na minha frente...
O FILME - Nas primeiras cenas, a infância. Depois, a adolescência e o início de uma juventude de conquistas. A força, coragem e audácia de Alexandre iam confirmando os meus antigos conceitos sobre ele.
No decorrer do filme, porém, as decepções vieram uma a uma. E o reino daquele lendário rei da minha adolescência, desmoronava como castelos de areia ao vento.
Alexandre tinha uma ambição acima do normal. Feitos incríveis, vitórias incontestáveis! Isso ninguém tem dúvidas! Mas tudo pareceu para deleite próprio e não para o bem coletivo de sua nação, como era de se esperar de um rei - a história conta que ele fez muito pela cultura, pela justiça social... mas os pormenores que sobressaiam da visão de Stone estavam abalando estruturas dentro de mim. As lutas pareceram em vão! Para quê tanto sangue, suor, mortes em batalha? Ampliar o Império! Ir aonde ninguém tinha ido! A busca do inatingível!!
IDEAL FALÍVEL - A Grécia e seus heróis trágicos! Como os mitos de sua terra, Alexandre também errou! Errou ao pensar mais como homem e não como rei! Um rei não se preocupa unicamente consigo mesmo, mas principalmente com o povo! Não era ele quem estava diretamente lidando com seus súditos, mas generais de confiança. Onde estava o rei??? Sempre em batalha!
O ideal de um império macedônico unificado era praticamente impossível. Se unir culturalmente povos tão distintos, com costumes e crenças tão díspares é impossível até para os dias atuais, quando vivemos esse processo de globalização, ainda mais para aquela época, onde as distâncias eram maiores e não se tinha em mãos um arsenal de comunicação como o do nosso tempo! Era um ideal falível! Mesmo que tenha dado alguns passos importantes, não se sustentou a unificação do oriente e do ocidente, como queria o grande general.
O sonho de Alexandre tinha mais um agravante: o rei estava perdido nos braços de sua ambição desmedida, tendo como alvo ir contra todos os limites de seus antepassados... e pensar que ele e seu cavalo Bucéfalos eram os salvadores da humanidade! No entanto, sem fixar-se em um ponto estratégico, o rei colocou o seu império em risco. E as revoltas, mesmo que contornadas, mostravam que o povo tinha insatisfações pelo comando do seu governante.
O INCONFORMADO - O espírito guerreiro não sabia onde queria chegar e, assim, Alexandre matou, conquistou cidades inteiras, subjugou e escravizou numerosos e sólidos impérios... e nunca parava! Por que? Porque não sabia o ponto de voltar, de dizer "chega!", de reconhecer que estava na hora de "consolidar" suas conquistas, fortalecendo o império com braço de rei e não de general. Um braço que faria a diferença e lutaria para afastar as desigualdades sociais, agindo com justiça em todos os parâmetros. Assim, estaríamos vendo a confirmação de um reino e a coroação verdadeira de um rei!
Mas o grande Alexandre continuava... Somente as dificuldades na Índia o pararam e ele reconheceu que estava na hora de voltar. "Vamos para casa!" - informou aos homens que restaram de seu numeroso exército, depois de uma sangrenta batalha naquelas terras que, futuramente, iriam passar por uma revolução sem armas, através dos ideais de Gandhi.
Saí do cinema arrasada!!!!! Onde estava o rei que eu admirava????? Buscava-o pela minha mente, fazia uma varredura para encontrá-lo, mas minha pergunta fez eco de si mesma e não trazia nenhuma resposta! O grande rei que eu tinha por destemido na minha adolescência, o modelo de coragem e bravura que deveria ser imitado por outros, estava destronado dentro das minhas lembranças!
A glória ficou pra ele sim! A História se encarregou de enaltecê-lo - ele teve mérito para isso - e vai continuar encantando a muitos, assim como fez comigo... Mas hoje, depois de algumas análises do filme e leituras aqui e ali em biografias do rei macedônico - sei que os fatos foram mexidos por Oliver Stone, porém a essência não - digo que Alexandre foi mais um personagem na história da humanidade em busca de satisfação pessoal, talvez até de si mesmo.... "O que virá depois disso?"Ele se perguntava quando ganhava uma batalha. E marchava a procura do que achava ser a resposta. Mas sempre se encontrava com a pergunta novamente! E a busca continuava...
Tanto para nada, para ninguém de sua linhagem? - até o seu único filho (fruto do casamento com Roxana, filha do chefe de uma tribo asiática) foi morto ainda criança, depois que o lendário pai partiu para o "céu dos heróis gregos". Um mito sem continuidade! Um grande homem que morreu sem deixar frutos, a não ser o de sua glória efêmera de general!
O nome de Alexandre está lá, na História, cercado de uma magia que ultrapassa os séculos. Mas o maior conquistador de todos os tempos saiu do lugar especial da minha "galeria de admiráveis", de pessoas que deixaram um legado para a humanidade e que, por isso mesmo, são admiráveis. Não! não poderia tirá-lo de lá - como disse, ele teve méritos para ser enaltecido pela História. Mas ficou em um lugar, hoje, quase inexpressivo dentro de mim.
Nessa galeria existe uma figura bem maior - que está acima de todas as outras e, a cada dia, vai confirmando a sua posição de CABEÇA. Esse sim, um verdadeiro REI, que não olhou para si, mas para o SEU povo, que não fez nada para si, mas pelos SEUS súbitos... um REI que se preocupou, sim, com a CONTINUIDADE do seu REINO!
Mas essa é uma outra história... que não vou deixar de fazer analogias com a de Alexandre. Fica pra depois... pra um outro post... esse aqui já está grande demais! Tinha que fazer jus ao nome do meu ex-ídolo histórico.
Posted by Hello
2 comentários:
parabens pelo post. culto e bem escrito. quando falar do outro Rei, nao esqueca da relacao entre Rei e Profeta... sem essa relacao nao da pra entender os sucessos e desventuras da Historia do Reinos desta e de outras terras.
valeu a dica, Dio! É claro que vou fazer a relação sim! Como tu bem falastes, o papel dos profetas junto aos reis foram imprescindíveis! Se quiseres me ajudar, faremos o post a quatro mãos. Topas????
Beijuuuuusssss
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