Agosto se foi. E com ele o desgosto das tragédias – em um mês caiu mais avião do que todos os meses já passados deste ano. Parece piada – quando cai um, pode esperar: vem uma leva.
Aqui em São Luís também tivemos nossas tragédias particulares. Uma delas, aconteceu na madrugada de ontem. E eu fui enfática: sãos os respingos de agosto, como quatro e quatro são oito! Uma pequena embarcação na baía de São José de Ribamar, localizada no outro lado da ilha de São Luís, naufragou com cerca de 30 passageiros. E o barquinho, ou baiana, como se chama por aquelas bandas de lá, tinha capacidade para, no máximo, seis pessoas. De quem é a culpa? Ainda não foram apuradas as irresponsabilidades, mas a Capitania dos Portos já está a postos. E os homens do resgate também. Até agora, foram encontrados 13 corpos. Crianças e adolescentes inertes saindo do mar nos braços fortes de quem poderia ter sido seu salva-vida. Choro, desespero, comoção. O preço de irresponsabilidade em mão-dupla: do “capitão” da baiana – que permitiu a superlotação – e daqueles que se aventuraram a encarar uma travessia perigosa, sabendo da correnteza bravia e dos ventos de uma madrugada de setembro.
As buscas continuam. Alguns foram resgatados com vidas, mas sabe-se que a maioria não sobreviveu. Pode-se dizer que o episódio foi a alegria que antecede a uma grande tragédia – os passageiros estavam voltando de uma apresentação de Dança Portuguesa em uma localidade próxima. Brincadeira do destino ou não, o nome da baiana era Estrela Guia I.
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