28 fevereiro 2007

CORAJOSA



Engraçado como as coisas são. E como nós costumamos reagir a elas. Quer dizer, alguns de nós. Ih...... eu ia começar a escrever sobre uma velha amiga que está de volta ao meu círculo, mas acho que ainda não é hora. Então... vou escrever sobre a minha “coragem”.

Meu Deus!! Eu, corajosa! Kakakakakakakakkakaka Mas é verdade, gente! Olhem, 2006 foi péssimo, mas alguns fatos marcantes e interessantes aconteceram. A minha primeira viagem a Alcântara, por exemplo, foi uma delas. “Credo, tu nunca tinhas ido lá, menina?” Alguns amigos podem dizer. É que o “lá” fica só a uns 22km de São Luís, uma hora por mar. Bem “ali”, é só dar um “pulinho”. O problema todo era “enfrentar” o mar...

Se você não sabe, as águas da nossa baía de São Marcos são muito perigosas. O cinzento da cor, proporcionado pelos tipos de algas dessa parte do litoral, escondem perigos em bancos de areia, correntezas fortíssimas e, claro, toda uma vida marinha que tenho verdadeiro pavor. Não me perguntem o que penso de um tubarão! Só quem entra comigo no mar sabe o que digo: não largo a mão nem pra “pegar” uma onda e qualquer graveto que passa pelas minhas pernas, penso logo em algo terrível, tipo tentáculos de um polvo...rsrsrsrsrsrrsrsrsrsr E não ria da minha desgraça! Você também tem seus medos. Baratas, por exemplo, não me amedrontam...

Como na frase “a necessidade é que faz o ladrão”, acabei roubando um pouco do meu medo e jogando nesse mar que tanto me apavora. Precisava fazer isso! Pois conto já: comecei a trabalhar com uma amiga, dividindo a assessoria de imprensa da prefeitura de Alcântara e, por ter um tempo mais livre na época, fiquei com a parte das viagens. Jesus!!! A primeira foi um sufoco. Tomei logo um Dramin e tratei de entrar na lancha e ficar “tranqüila”, orando o Salmo 23 – “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará...”

Enjoei pouco. Fiquei meio “banzeirada”, como dizem os ribeirinhos. Mas nada do que tomei no café da manhã foi jogado pra fora. Ao contrário de alguns companheiros de viagem... UI!!! Arggggg!!!! Faz parrrrte!!!

Para impressionar os meus coleguinhas de trabalho, coloquei uma calça e blusa combinando e... JESUS!!!... um sapato de saltinho! Pra quê!!!! Quando peguei a minha bagagem e fui andando pelo cais, percebi que o traje oficial poderia até ser o que eu estava usando, mas nos pés era ESSENCIAL um tênis ou um chinelinho. Só entendi isso quando fiquei frente a frente com a Ladeira do Jacaré! Aí, caiu a ficha: era óbvio, sua tonta – disse pra mim mesma – que uma cidade histórica como Alcântara seria toda pavimentada com paralelepípedos e pedra sabão. E lógico: deveria ter alguma ladeira como aquela.

O problema da Ladeira do Jacaré, como a maioria das de São Luís, não é o aclive/declive. É a extensão da subida e descida!!! E isso acaba com as pernas, com o fôlego e com os pés de qualquer um! Imaginem os meus, no sapato de saltinho!!!! O pior é que ninguém estava me esperando no porto. Tive que ir subindo meio sem saber, mas pelo menos com uma direção na mente: a prefeitura! E quem tem boca vai a Roma!! Quanto mais à prefeitura da cidade, estando na cidade!!!

E assim cheguei lá... depois da subida, depois de uns quarteirões e, quase ia esquecendo.... do sol ESCALDANTE! Era quase meio-dia! Alcântara fica a pouco mais de 2° abaixo do Equador. Não é à toa que o comércio de lá fecha na hora do almoço e só abre depois das quatro, quando o sol “esfriou”...

Não vou entrar em detalhes de como foi o trabalho e coisa e tal. Mas não poderia deixar de falar do meu encanto. Com todos os “contra” vindo a mim, a cidade ia se descortinando aos meus olhos a cada passo e com muitos “prós”: o chão de paralelepípedos e as calçadas de pedra de cantaria, os casarões, os mirantes, as casas de “porta e janela”, as pessoas sorridentes, as pracinhas, os becos e ruas que eu ia percebendo... e o cheiro! Ah!!!!!!! O cheiro é fantástico!!!!! Maresia e vento! Cheiro de Nordeste! Cheiro também de passado. Alcântara conheceu o apogeu econômico dos senhores de engenho e tem ar de Império! É verdade!

Ainda falarei mais sobre a cidade em outros posts. O fato é que as minhas viagens continuam. Com algumas mudanças: abandonei o Dramim, adotei as calças jeans, camisetas e chinelinhos e, PASMEM: prefiro mil vezes atravessar a baía de São Marcos de catamarã do que de lancha! Não estou a coragem em pessoa???????? kakakkakakkkakkkakkkaka

Recomendo: aproveite o seu sábado ou domingo, convide uns amigos e vá visitar Alcântara. Mas tem que ir de catamarã, ao sabor do vento e das ondas. Vá sossegado (a) ... o catamarã é como uma plancha de surf, ele plaina sobre as águas e é seguro. Pode crer: foi idealizado para enfrentar o mar do Havaí. E você sabe que “o Havaí não é aqui”, como cantava Baby Consuelo. Lá, o mar é mais violento e as ondas... bom, as ondas são o supra-sumo dos surfistas. Nem preciso dizer que são de dar medo, né? E a minha coragem ainda não chegou a isso, apesar de tentar me inspirar em Tempestade, dos X-Men. kakakakkakakakakak

INSPIRAÇÃO...




Estou com vontade de escrever novamente no meu diário virtual. E por que não? Só não vou colocar aqui o relatório do meu dia-a-dia. Mesmo os dias estando melhores que antes, do péssimo ano que passou. Bom, para muitos foi maravilhoso...mas não para mim. O fato de ficar “calada” a maior parte do tempo, pode comprovar o que disse. É que tenho a tendência de cair na introspecção quando algo não vai bem, quando estou paralisada por algum motivo.

Entretanto, quando estou alegre, feliz ou só “de bem com a vida e com os outros” consigo destravar. Aí, meus caros, os posts voltam a aparecer. Apesar de não estar TÃO “de bem com a vida” assim, quero me deixar contagiar pelo início. Afinal, quando o inverno é longo, um raio de sol e um gritinho de um pássaro fazem muita diferença.

Portanto, quero voltar a escrever. Sobre tudo. Sobre todos. Sobre qualquer coisa. Só escrever. E vocês, meus amigos blogueiros e blogados de plantão, não se limitem a ler. Comentem! Elogios, críticas, contribuições... O espaço é meu, mas é livre. Lembrem-se disso.

Grande abraço a todos!!!